2008/11/05

 

POLUIÇÃO (Autorizada?!)

É sexta-feira, dia 31 de Outubro, fim do dia e, com alguns conterrâneos que por força desta quadra cá passavam o fim-de-semana, deleitávamo-nos com um pequeno passeio pela vila.
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Contrariando o que se opinava de positivo e sinal de modernidade ou conservação na área, contrapunha-se um cheiro nauseabundo que invadia a zona e inclusive alguns estabelecimentos comerciais, mais posicionados à origem do cheiro poluente. .
Perguntava-se o porquê de tal cheiro e eis que alguém, que se dizia suficientemente informado, responde: - Então, é o …. que anda a limpar as fossas e despeja o tanque ali p’ra baixo.
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Confessamos que não fizemos qualquer confirmação mas, as conversas estenderam-se sobre o problema e havia quem se dissesse conhecedor da situação e que a mesma era habitual. .
Sabíamos que em tempos passados, porque a ETAR do Pontão ligava directamente à ribeira, sem qualquer tratamento, porque a ETAR de Alvaiázere ficava longe e se questionavam os custos da deslocação, a pessoa encarregada do despejo das fossas se ia desenrascando aqui e ali. Não era uma situação aceitável, ninguém, ou a maioria, concordava mas, enfim, como Portugueses de brandos costumes, se não se desconheciam, pelo menos omitiam-se este factos.
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Mas, e hoje, construídas duas ETARs, que se encontram em pleno funcionamento, a situação continua na mesma? .
Estando parte da vila ligada à ETAR do lado das Cabeças, e não obstante a deslocação até à mesma ser diminuta, não poderia haver em última hipótese, um acordo com a empresa que a gere, e o despejo ser efectuado na conduta por uma das tampas, como faz a Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, no lugar de Almofala de Baixo?
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Poluição, atentado à saúde pública, crime ecológico. Porquê? .
Ninguém com responsabilidades nesta terra tem conhecimento disto?
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Se o centro da vila estava empestado de um cheiro nauseabundo, mais concentrado na zona do mercado, e é uma situação habitual, nenhum responsável se sente importunado com esta situação. .
Quem por aí mora, quem por aí trabalha, quem tem obrigações de decidir, não o fez até hoje porquê?
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Irresponsabilidade, falta de conhecimento das leis que nos regem, ou há leis especiais para certas pessoas?
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Porquê? .
Não queremos julgar, nem substituirmo-nos a ninguém, achamos isso sim, é que situações destas não devem nem podem continuar as existir. Compete à autarquia, que duvidamos não tenha disto conhecimento, tomar as providências necessárias e urgentes para terminar com estes atropelos, na certeza de que queremos viver numa terra, com os olhos postos no amanhã.

2008/11/03

 

TRADIÇÕES QUE SE PERDEM

HALLOWEEN / DIA DE TODOS OS SANTOS / O MUNDO GLOBAL
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. Cada vez mais, a era da globalização se impõe, e consigo impõe em termos gerais, “a lei do mais forte”. Digamos também, que essa imposição é em parte consentida, pela desvalorização que damos ao que é nosso, aos nossos valores e á verdadeira identidade do que somos. “O que vem de fora é bom e o que temos não presta”. A sociedade actual aceita quase cegamente o que nos é imposto pelas grandes potências, cujo mercantilismo material e ideológico tem atrás de si, uma máquina poderosa de marketing e divulgação, que se sobrepõe á importância dos valores intrínsecos da nossa civilização, da razão do nosso próprio ser.
Já se colocam hoje questões que outrora não teriam qualquer razão de ser:
O que somos então afinal?
Face às manifestações extrínsecas de cada um, a linha de definição dessa situação é cada vez mais ténue, face à mistura de manifestações que confundem a verdadeira identidade de cada um.
Dia de Todos os Santos
Por muito que nos custe, as seculares manifestações deste dia, estão a sofrer, “negativamente dizemos nós” com a exposição à globalização e influências exteriores a que inevitavelmente estamos sujeitos.
“Pedir os bolinhos, em louvor de todos os santinhos” quase já se não viu, à excepção de um ou outro caso, encontrando-se pela manhã, o que vem aumentando de ano para ano, abóboras iluminadas, “importação americana” que nada nos diz e tão pouco é uma manifestação religiosa, como religiosa é esta “época” de calendário.
Festeja-se o halloween, numa manifestação tipicamente americana.
http://pessoas.hsw.uol.com.br/halloween3.htm Mas, há muitos anos que os cristãos vêm juntando às suas manifestações religiosas, símbolos de origem pagã, o que vêm fazendo, independentemente da sua profecia. É exemplo disso a Árvore de Natal, cuja presença nesta época é quase uma obrigação em todos os lares portugueses, e cuja origem nada tem a ver com a religião cristã que agora faz o tradicional presépio e a coloca junta ao mesmo.
O surgimento das abóboras (caveiras) iluminadas e o abandono do “pedir os bolinhos” são sinais evidentes das tradições que se vão perdendo e que deixam atrás de si, para aqueles que as viveram tão intensamente, um sentimento de saudade e nostalgia.
O mundo não anda para trás e há coisas que se vão perdendo, no entanto façamos um esforço para não perdermos a essência do que é a nossa identidade, do que foram as vivências dos nossos antepassados, do que foram as nossas tradições, do que foi e fará sempre parte da nossa cultura. Há que mantê-la viva, para nós e para os vindouros, para que, num mundo certamente mais evoluído em todos os sentidos, tenham o conhecimento de que foram precedidos por gente de grandes costumes, e nobres tradições.

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