2007/03/03

 

MAÇÃS TEM HOJE, PROBLEMAS DE HÁ 40 ANOS!

"Coisas do Arco da Velha,

Se passam neste rincão.

É preciso uma barrela,

Lavar tudo com sabão. "

Na obra, “No vagar dos tempos”, recentemente lançada pelo ilustre maçanense, Carlos Craveiro, o autor faz referência aos versos recitados pelo grupo de teatro de jovens maçanenses em 1973, e que motivaram a intransigência do pároco quanto à utilização, na altura, do Salão Paroquial. Um breve olhar e verificamos que os mesmos se mantêm actuais ao fim de 34 anos. Sim, o seu teor crítico é perfeitamente actual, na sua maioria. Ora, quer isto dizer que, volvidos trinta e quatro anos, continuamos com alguns dos mesmos problemas, com as mesmas vicissitudes. Pouco evoluímos. Para não tornarmos fastidioso em demasia, este post, vamos aqui lembrar somente, uma meia dúzia de versos que se destacam pela referida actualidade:

"Maçãs progride, não pára,

A junta de freguesia,

São só obras, obras, obras…

Obram todos dia a dia."

O progresso de Maçãs tem estagnado ao longo dos anos e se se vêem algumas obras, tais como: mercado, praça, pavilhão, variante à vila, ou rotundas, a qualidade de vida não se faz sentir por cá. Maçãs vê os seus filhos fugirem, fixando-se nas freguesias ou cidades vizinhas, como é o caso de Avelar e Pombal. E para ajudar à festa, a Câmara Municipal quer adquirir o Armazém das Cinco Vilas, para nele instalar um complexo de habitação Social.

"Cabeças vizinha terra,

Espreitando pelo arvoredo.

É melhor que só se olhe…

Que o caminho mete medo."

A estrada que da sede da freguesia nos conduz ao lugar das Cabeças é uma pista propícia a uma qualquer prova automobilística, face à espectacularidade que se pode tirar dum traçado tão sinuoso e estreito. A sede da freguesia continua de costas para este lugar que, cada vez mais é empurrado para o vizinho concelho de Figueiró dos Vinhos.

"Sem saber o que fazia ,

Eu vim à festa de agora:

É como a noite do dia,

Esta festa das de outrora."

A festa do Sr. dos Aflitos, está cada vez mais decadente. Se o seu caris religioso continua a ser a atracção de muito gente, já no aspecto profano está cada vez pior. Não se fazem programas que façam jus ao nome que a festa já teve e que Maçãs merece, o que desmotiva inclusive muitos maçanenses, na sua colaboração e ajuda na concretização da mesma. Aquela que foi a maior festa da região, está agora, e com as devidas correcções, a anos-luz do seu verdadeiro lugar.

"É que a sede do concelho,

Nem de nós quer já saber,

A ladeira é a subir,

E os cegos não querem ver."

Não se sabe o que pensa concretamente a Câmara Municipal quanto ao que pretende para o futuro de Maçãs. Não achamos no entanto que seja algo de tão positivo, quando pretende colocar no Armazém das Cinco Vilas um complexo de habitação social. Com o devido respeito por quem dela necessita, este investimento jamais servirá de mola na ajuda ao desenvolvimento e progresso de Maçãs. Esperemos que mudem de ideias e dêem àquele lugar e à Vila, algo cuja envergadura e nobreza, sejam a ajuda de que tanto necessitamos para que Maçãs apanhe a carruagem do progresso que vemos afastar-se cada vez mais.

"Oh Sr. dos Aflitos,

Oh S. Paulo, mas que aperto .

Fazei uma terra nova,

Qu’esta já não tem conserto."

Valham-nos S. Paulo e o Sr. dos Aflitos porque, a continuar este estado de coisas, dificilmente Maçãs terá conserto.

Ai não terá não!


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