MAÇAS DE Dª. MARIA ... SEMPRE!

O meu filho, que passa agora pelos bancos do ensino básico, questionou-me há dias , quanto ao conceito de opinião, que nos tem zumbido aos ouvidos, de algum tempo a esta parte. É a minha opinião para a direita, a tua opinião para a esquerda. Todos Srs da opinião “correcta, da verdadeira opinião”. A justa, a imaculada, aquela que faz correr a vida e a condiciona na justa medida de quem tem, e consegue impor a sua opinião.

Neste mundo rural em decomposição acelerada, minado pela poluição física e mental, pelos média e pelas arremetidas da aldeia global, a opinião é sempre vital, e todos querem defender a sua.

Mas pai, dizia o meu filho, todos têm opinião?!

É claro filho, respondi. Nem todos têm no fim é razão, quanto ao sentido da sua opinião. É que, e tendo todos opinião, uma grande parte não tem opinião.

Então mas pai, afinal têm ou não têm opinião?

É claro que têm filho. Têm opinião, mas não têm opinião.

Aqui o meu filho ficou ainda mais baralhado e retorquiu.

Bem, não estou a perceber nada pai.

Foi então a altura de lhe dar uma explicação mais simples. Filho, todos nós temos opinião. Ou melhor, todos temos o direito a ter opinião. Acontece é que, quer exprimindo a sua opinião, quer pondo-a em prática, a maioria fá-lo sem opinião. Estamos cheios de opiniões , umas boas outras melhores, opiniões para todos os gostos, o que falta é opinião a quem tem, exprime e “impõe” a sua opinião. É preciso ter opinião. Opinião no que se diz, naquilo que se faz, naquilo que se é. É preciso ser-se opinioso.

Ter opinião, afinal.

Ah, então é isso! respondeu o meu filho.

Eu tenho opinião, com opinião!!

Tens tens, cresce e aparece... rematei.