2007/02/25

 

OBRAS QUE ÁS VEZES... PARECEM MONOS

COMO SE INVESTE, OU PORQUE, E PARA QUÊ?
...............Numa terra “pequena”, como Maçãs, as grandes obras destacam-se e dão por si, o sinal da nossa modernidade, do nosso progresso. São a certeza do caminho que enveredámos, rumo a um tão desejado futuro próspero e risonho, utupia justa e aceitável de cada maçanense. Não que venhamos a tirar dele todo o proveito que desejaríamos, mas que os nossos filhos e demais descendentes, esses sim, tenham aquilo que agora tanto anseiam.
...............E o homem pensa, a política decide e a obra faz-se. Umas têm princípio e fim, e outras ficam-se só pelo princípio.
...............Neste capítulo, é paradigmático o que se passou e o estado em que continua, aquilo a que alguém um dia chamou praia fluvial de Maçãs de Dona Maria, e dela fez bandeira inclusive além fronteiras, num programa radiofónico transmitido em directo para Portugal. Ao que parece, o dinheiro gastou-se. Para onde foi? Não se sabe ao certo. Há várias hipóteses, algumas menos honestas, e seria bom e do interesse público, que se soubesse o que se fez realmente com esse dinheiro.
...............O mercado, tão útil quanto necessário, quiçá pela sua localização, ou pela construção em si atingiu custos que ousamos chamar de megalómanos para ser utilizado uma vez por semana (observação aliás, pertinente no programa do Dr. José Hermano Saraiva).
...............O terreno na serra de Stª. Helena, e que custou uns largos milhares de contos (na altura), foi adquirido para quê? Qual a sua finalidade ou quais os projectos que estão ou estiveram pelo menos, na génese da sua compra? Vendo-se que a junta, e no caso ainda bem, está a preservar os pinheiros que espontaneamente nasceram, é caso para perguntar. É esse o futuro e o projecto para os milhares de contos gastos? Está a produção florestal nas intenções da nossa autarquia? Pensamos que, e mais uma vez, a autarquia aplicou mal os dinheiros públicos. Certamente todo aquele valor teria outra utilidade e seria uma mais valia para a freguesia, se aplicado naquilo que são as necessidades e melhoria das infra-estruturas de utilização geral pelos maçanenses.
............... ............O conjunto arquitectónico em que se insere a Junta de Freguesia, foi um investimento cujo montante obriga a que dele se tire a utilização que lhe faça a verdadeira justiça. Se quanto á sede da Junta e demais instalações de apoio só nos resta dizer “ainda bem que se fez”, o mesmo não acontece quanto ao pavilhão multiusos que faz parte da infra-estrutura. O mesmo foi logo de início mal dimensionado, estando assim, muito limitado quanto á multiplicidade da sua utilização, fazendo jus ao nome que o identifica. Como já fizemos referência noutra altura, o mesmo está limitado a eventos com meia centena de assistentes e meia dúzia de participantes. Desde a sua inauguração, e já lá vão quase quatro meses, o que acontecerá a 12 de Março, somente foi utilizado duas vezes. Numa acção patrocinada por uma empresa local, e para o lançamento do livro de um maçanense. Não se sabem, se é que existem, quais os projectos da autarquia para dar utilização á obra e consequentemente dar vida e movimento á vila.
...............O salão paroquial foi uma obra que, como é do conhecimento geral, foi edificada pelo pároco com os donativos dos paroquianos que viam ali algo que eles em particular, e a terra no geral muito necessitavam. Passadas todas as vicissitudes que não interessa dissecar, e não importando quem o gere, o que importa aqui referir é a sua diminuta utilização. Para que serve hoje ou tem servido toda aquela obra, cujo projecto previa outras valências, outros voos para a criatividade e capacidade das mentes maçanenes? Para a catequese e pouco mais. Não será obra a mais somente para este fim?
...............Queremos obra feita mas que a mesma tenha utilização. Que a mesma contribua activamente para o desenvolvimento e progresso de Maçãs e das suas gentes.
.........Paralelamente a todos estes investimentos, uns em demasia, outros para nada, como é o caso do terreno, continuamos sem infra-estruturas de primeira necessidade, como é o caso do saneamento básico , para não referirmos mais.
...............Não façam de Maçãs uma terra de monos onde imperem obras, verdadeiros elefantes brancos. Sejam quem forem os responsáveis pela gerência e administração das nossas infra-estruturas, não é nossa intensão culpar ninguém em particular quando, directa ou indirectamente talvez todos tenhamos, um quê de responsabilidade. É no entanto nosso direito, alertar os responsáveis para a dinamização e utilização dos nossos espaços, abrindo concursos de ideias, criando e projectando os seus próprios projectos: culturais, recreativos, etc, dando a Maçãs razões atractivas, capazes de motivar a nossa vizinhança a subir os dois kilómetros que nos separam do IC3, e não ficarmos pela miragem da terra, que fica lá em cima no alto.

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