2006/11/01

 

MAS PORQUÊ !?

OS SRS FEUDAIS...

O dia de todos os Santos esteve bom. O sol não faltou, e ajudou a que o cemitério se enchesse de gente na visita anual aos seus ente queridos.

É óbvio que paralelamente ao sentimento de saudade, não deixa de estar associado o negócio das flores e das velas, e que movimenta nesta altura muito dinheiro. Um verdadeiro São Miguel, como alguém disse na TV, para os negociantes respectivos.

Era normal de há muitos anos a esta parte, e tal como acontece noutros cemitérios vizinhos, o coveiro ter um posto de venda de velas. Não se tratava de um negócio propriamente dito mas, quem se esquecia de comprar velas tinha ali a solução e quem achava dever ter alguma atenção pela simpatia do coveiro optava por lhas comprar. Juntava-se o útil ao agradável, e a simpatia da pessoa que faz tantas vezes aquilo que nem todos querem fazer, era assim compensada com aquela atenção. Tratando-se, como sempre foi esta personagem, de pessoa de baixos recursos, era também a maneira de juntas mais alguns trocos.

Foi uma surpresa constatarmos que este ano, isto não acontecia e tão somente, porque a junta o proibiu. Proibiu o coveiro de vender velas, e bem assim o vendedor de flores de pisar terrenos da junta, obrigando-o a sair do espaço que ocupava no acesso ao portão, e onde não estorvava ninguém.

Este ano o coveiro não tem velas. Já sabemos onde voltar para comprá-las!

Quanto às flores, o nosso amigo deslocou-se uns metros mais para trás, deixou o terreno que é de todos nós e fazia, no terreno de um amigo, o negócio possível. Fraco porque estamos no campo e quase toda a gente tem flores.

Mas a junta pensava que não, pensava que ele estava a vender muito e a tirar o negócio aos seus amigos. Que ia agora ficar rico! Amigo José, pensamos ser esse o seu nome, que o Sr. lhes perdoe , eles não sabem o que fazem.

Mas porquê tudo isto?

Sabemos que há algum tempo os comerciantes da terra se vinham queixando destes dois negócios milionários e que tanto os prejudicavam. Sabemos que a sua pressão junto dos elementos da junta se tem feito sentir e que culminou com esta atitude nojenta e prepotente de quem se arvora dono e senhor só porque o poder de decisão lhe está nas mãos.

Afinal aos srs. comerciantes que cumprem em tudo o que a lei determina, desde normas a horários e demais posturas, faziam-lhes assim tanta falta as migalhas que estas duas pessoas pudessem arrecadar?

É lamentável sabermos que a junta, na pessoa dos seus elementos, lá do alto do seu poleiro e munidos do poder que o povo temporariamente lhes deu, se servem do mesmo para proteger os amigos com atitudes a todos os níveis repugnáveis. Quais srs. da idade média, tansformam Maçãs num feudo, e a seu belo prazer ditam regras não por coerência mas para proveito e no interesse dos seus amigos, directamente benefeciados com a atitude.

Não, não colhe a qualquer pretexto, virem acusar este blog de oposição, de bater na junta, bla, bla, bla. Não, a junta essa pôe-se a jeito para ser criticada para ser acusada. E isto não é dizer mal. Quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele.

Afinal ,em Maçãs não há egoísmo, inveja, compadrios, ipocrisia nem vela! Os nossos autarcas até são justos e humanos.

É claro, segundo o seu ponto de vista. E não é o de todos, disso podem ter a certeza.


Comments:
Então alguém tinha dúvida que as coisas se passam assim por cá?
É claro que nunca saberemos como realmente as coisas são. São feitas no segredo. E será que houve contrapartidas?
Nunca saberemos.
Mas é assim, obras para uns, protecções aos amigos, o não sei quê para outros, enfim um mar de rosas.
E será que Maçãs está sempre primeiro?
 
Se calhar não merecemos mais. Cada um tem o que merece.
Possívelmente somos tão rascas, tão pouco... tão pouco... que temos o que merecemos.
No que me diz respeito não mereço, mas em democracia é assim.
 
Pois é...Mr. Sem tinela, começo a achar que existe por aí uma certa falta de coerencia nas suas ideias, claro que todos temos a nossa opinião e há que a respeitar, mas parece-me que neste tema existe incoerencia em relação aos temas anteriormente aqui abordados, senão vejamos: Ao que me parece nos outros temas, as ideias do meu amigo são pela justiça, pela verdade, pela solidariedade e sobretudo pela união, citando-se muitas vezes neste blog que "fizeram isto ou aquilo com os nossos impostos", ( o que por vezes não deixa de ser verdade), mas voltando ao interessa, quere-me parecer que os referidos comerciantes não pagavam nem pagam impostos dos negocios que fazem, ora penso eu, que se a junta tem conhecimento disto, alguma coisa tinha de fazer para o impedir, senão estava a ser conivente com a situação, isto é mercado paralelo ilegal e que deixa realmente aqueles que pagam impostos como "nós" em desvantagem, ou não é verdade.
Concerteza que ninguem gostaria de ter um bar, ou um supermercado, ou uma padaria ou o quer que seja, e ver á sua porta pessoas a vender o mesmo produto (livre de imposto) ou gostavam?
 
Pois... são diferentes pontos de vista...por exemplo, deve haver muito boa gente em Maçãs, sobretudo o pessoal mais velho reformado que gostaria de ter TV Cabo em casa para ajudar a passar os serões, sempre se distraiam com qualquer coisa, mas como os recursos de que fala são poucos (e é verdade), então poderiamos abrir um regime de excepção e "arranjar" uns aparelhos piratas para essas pessoas não terem que pagar nada.
Bom agora sem grandes ironias, a meu ver era mais importante arranjar outras formas de ajudar o pessoal mais necessitado, que não esta. Isto para se ser coerente para com toda a população de Maçãs, eu particularmente não sou totalmente contra estas práticas de negócios, mas a verdade seja dita não podemos fazer de Maçãs a Madeira de Portugal, isto não pode ser uma anarquia, onde Maçãs se desliga do resto do país e aqui se deixa fazer o que cada um quizer.
 
Tudo bem. Mas quem patrocina esse tipo de negócio em Maçãs.
Então é só para uns ou as excepções devem ser para todos?
 
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